sábado, março 18, 2006

Lisboa

A Lisboa que todos fingem não existir está no coração da própria. De cosmopolita, rápida e eficaz, luminosa, musa, passa a taciturna, pobre, violenta e solitária quando somos atacados por aquele atributo da inteligência emocional que é a sensibilidade. A sensibilidade permite-nos ver a desgraça nos olhos dos pedintes, as necessidades prementes dos trabalhadores, a ambição desmedida de quem já tem e quer mais, a descontracção dos turistas, o stress de jovens transeuntes que procuram emprego e a alma gémea. Ao procurar, alguns fogem, a maior parte, ignora.