Folga

Depois de uma noite de insónia e de assassínios de melgas, estou a tentar usufruir de um dos meus dias de folga. Limpo a casa, esfrego verniz rosa nas unhas (nem pareço eu) e vejo videos musicais. E sinto tédio e ansiedade. Aliás, quando me dedico às limpezas profundas é sinal que por dentro há desordem e sujidade, nem que seja pó recente (ligeira inquietação).

Quando não estou lá quero muito e faço o que for necessário para lá chegar, mas quando lá chego só olho para trás. Vejo o Enrique Iglesias a dançar "Bailamos" e pergunto: "Onde está o meu par?". Estou tão disponível e tão sem capacidade e paciência ao mesmo tempo que me refugio no passado. Por preguiça, por receio, ou por ser mais seguro meter-me na toca dos lobos que já conheço?! Para manter a coerência da ética pessoal, talvez.

Parece-me que preciso de folgar ainda menos.