Poison Princes
É uma tipologia demasiado entranhada em mim para que passe impune no meu discurso.
No fundo, sou uma romântica inveterada e não me cansarei de esperar o príncipe encantado, se é que já não o encontrei e não me desencontrei dele nesta vida. Enquanto espero crio defesas contra o veneno e as emboscadas dos falsos príncipes.
Quem são e o que são os poison princes?
Antes de mais, homens à deriva emocionalmente ou inutilmente presos ao passado. Objectivo: facturar para não lembrar ou para tentar esquecer. Estratégia errada com consequências nefastas, desde logo porque a facturação do poison prince assenta num esquema encoberto onde o bandidismo se esconde por detrás de uma bela fatiota, caracterização e brilhantismo teatral e, portanto, não tarda, a máscara acaba por cair. O poison prince é também um lobinho com pele de cordeiro. É, provavelmente, a figura masculina mais temível, cujas acções e marcas são indeléveis e profundas. São peritos na arte de estender o tapete vermelho e também, posteriormente, na arte de arrancar o mesmo tapete de forma tão vigorosa que proporcionam uma queda espectacularmente aparatosa. E fazem-no através da cobardia do silêncio e da crueldade da indiferença.
«Deixa estar que eu levanto-me sozinha. O que não nos mata, torna-nos mais fortes.»
2 Comments:
Num destes dias estive a ler um livro e deparei-me com a expressão “Síndroma de Houdini” e achei simplesmente genial. Esta caracteriza muito bem os homens que protagonizam números de desaparecimento. De facto, é muito difícil conseguir entender esta abrupta transformação, que passa do afecto e atenção ao distanciamento e à crueldade. São situações que geralmente deixam as mulheres muito fragilizadas e sobretudo muito descrentes. Eu continuo a acreditar que há homens que não têm medo de amar, que não têm medo de chorar e que têm a coragem de ser autênticos!
O Síndroma de Houdini é, de facto, o símbolo do ilusionista. E que os há muitos por aí...Ilusionista não só ao inventar truques com os quais presenteia outros, mas também duplamente ilusionista no sentido em que ele próprio se iludem.
Acredito, Martita, que o veneno ainda será a salvação de muitos destes príncipes. Quando o provarem, claro! E, sim, há homens corajosos. "Tudo vale a pena se a alma não é pequena".
Enviar um comentário
<< Home