sexta-feira, março 24, 2006

A culpa de não mudar

Há e-mails reencaminhados que carregam muito simbolismo e alguma boa intenção. De boas intenções, está o inferno cheio, eu sei. Todavia, aqui está uma boa tentativa. Ao invés de o ter reencaminhado publico-o com umas pequenas alterações. Quem ler, de certeza que não vai apagar e, quem ainda não perdeu a capacidade de sentir vergonha vai gostar imenso.
“A diferença entre os países pobres e os ricos não é a idade do país. Isto pode ser demonstrado por países como Índia e Egipto, que têm mais de 3000 anos e são pobres. Por outro lado, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, que há 150 anos eram inexpressivos, hoje são países desenvolvidos e ricos.
A diferença entre países pobres e ricos também não reside nos recursos naturais disponíveis. O Japão possui um território limitado, 80% montanhoso, inadequado para a agricultura e a criação de gado, mas é a segunda economia mundial.
O país é como uma imensa fábrica flutuante, importando matéria-prima do mundo todo e exportando produtos manufacturados. Outro exemplo é a Suíça, que não planta cacau mas tem o melhor chocolate do mundo. No seu pequeno território cria animais e cultiva o solo durante apenas quatro meses no ano. Não obstante, fabrica lacticínios da melhor qualidade.
A Suíça é também um país pequeno que passa uma imagem de segurança, ordem e trabalho, o que o transformou na caixa forte do mundo.
Executivos de países ricos que se relacionam com seus pares de países pobres mostram que não há diferença intelectual significativa. A raça ou a cor da pele também não são importantes: imigrantes rotulados de preguiçosos nos seus países de origem são a força produtiva de países europeus ricos.
Qual é então a diferença? A diferença é a atitude das pessoas, moldada ao longo dos anos pela educação e pela cultura. Ao analisarmos a conduta das pessoas nos países ricos e desenvolvidos, constatamos que a grande maioria segue os seguintes princípios de vida:
1. A ética, como princípio básico.2. A integridade.3. A responsabilidade.4. O respeito às leis e regulamentos.5. O respeito pelo direito dos demais cidadãos.6. O amor ao trabalho.7. O esforço pela poupança e pelo investimento.8. O desejo de superação.9. A pontualidade.

Nos países pobres apenas uma minoria segue esses princípios básicos na sua vida diária.
Não somos pobres porque nos faltam recursos naturais ou porque a natureza foi cruel connosco. Somos pobres porque nos falta ATITUDE. Falta-nos vontade para cumprir e ensinar esses princípios de funcionamento das sociedades desenvolvidas.

SOMOS ASSIM POR QUERER LEVAR VANTAGENS SOBRE TUDO E TODOS.

SOMOS ASSIM POR VER ALGO ERRADO E DIZER: “DEIXA P’RA LÁ, DEIXA ‘TAR”.

SOMOS ASSIM PORQUE ESBAJAMOS O DINHEIRO COM VAIDADES E MANUTENÇÃO DE APARÊNCIAS IMPECÁVEIS.


Se amas Portugal, faz circular esta mensagem para que grande quantidade de pessoas pense no assunto e mude efectivamente de atitude!"
Efectivamente é a palavra que mais conta neste caso. Acrescento: somos assim porque em tempos de crise não fomentamos a coesão nacional mas a discórdia e conflito.
Não é o país, não é o sistema, bode expiatório abstracto predilecto, que estão mal, são as bases, são os cidadãos.
O Estado e as suas instituições padecem de males eternos e aparentemente insolúveis a julgar pelo fatalismo noticioso. A máquina administrativa funciona de modo pouco transparente e excessivamente lento, quando não é inoperante e ineficaz. E, os motivos encontramo-los provavelmente nas bases, não no Governo e nas sucessivas reformas levadas a cabo. Porque há muitos funcionários públicos indisciplinados e avessos ao rigor no cumprimento do seu dever ao serviço da República Portuguesa e isso, estou em crer, é mais um problema de formação cívica e educação do que outra coisa.
Por outro lado, verifica-se frequentemente um total desrespeito pelas disposições “sagradas” da Constituição e, mais escandaloso, cometido pelas próprias instituições públicas.
Desrespeito pelas regras de conduta nas estradas e na sociedade em geral também parece ser talento "genético" de muitos portugueses. Este defeito é dos que mais peso tem na má imagem de Portugal na Europa e no mundo, recordo.
Podia alargar-me e enumerar mais alguns dos defeitos que aumentam a mediocridade de Portugal. Falaria de projectos megalómanos, de derrapagens orçamentais, de corrupção sistémica, de boçalidade, de pobreza material e intelectual, no entanto, posso resumir o discurso fastidioso e de todos conhecido em três vocábulos: desrespeito, desinteresse e ignorância. A maioria dos portugueses deve desconhecer o conceito de interesse nacional. Porque ele não existe?! Pior do que não saber é não querer saber.
Meus caros, D. Afonso Henriques sentiria desgosto!