sábado, novembro 13, 2010

Committed

Alleine zu Zweit

Ouço e comento muito sobre a patologia moderna nos relacionamentos humanos: a compromissofobia. Existem já livros sobre os indivíduos compromissofóbicos e respectivo comportamento. Foi com o "Amor Líquido" de Zygmunt Bauman que iniciei a leitura sobre o tema.
O tema do compromisso é problemático, desde logo porque envolve sentimentos humanos relacionados com o amor, e a julgar pelas palavras de Oscar Wilde estamos perante o maior mistério de todos, já que «the mystery of love is greater than the mystery of death». O livro de Bauman, ele próprio afirma, «é dedicado aos riscos e ansiedades de se viver junto, e separado, no nosso líquido mundo moderno.» Eu acrescentaria ao separado e ao junto a expressão alemã que frequentemente uso para definir ainda outro tipo de relacionamento que junta os dois - alleine zu zweit.

 
Redes, relações, conexões, ligações

As redes estão na ordem do dia dos discursos esmiuçadores. «A contrário de "relações", "parentescos", "parcerias" e noções similares - que realçam o engajamento mútuo ao mesmo tempo que silenciosamente excluem ou omitem o seu oposto, a falta de compromisso - , uma "rede" serve de matriz tanto para conectar quanto para desconectar; não é possível imaginá-la sem as duas possibilidades.» Na rede, «as conexões são estabelecidas e cortadas por escolha. A hipótese de um relacionamento "indesejável, mas impossível de romper" é o que torna o "relacionar-se" a coisa mais traiçoeira que se possa imaginar.»
Bauman define as ligações como «relações virtuais» e informa que estas parecem feitas à medida do líquido cenário da modernidade «em que se espera e se deseja que as " possibilidades românticas" (e não românticas) surjam e desapareçam a uma velocidade crescente e em cada vez maior volume, aniquilando-se mutuamente e tentando impor a promessa de "ser a mais satisfatória e a mais completa"». De facto, é mais fácil entrar e sair dos relacionamentos virtuais que parecem «inteligentes e limpos, fáceis de usar, compreender e manusear».

Verdades da realidade: ganha-se de um lado, perde-se do outro

1- Parece que, tendencialmente, as relações virtuais (as conexões) estabelecem o padrão que orienta todos os outros relacionamentos e «isso não traz felicidade aos homens e mulheres que se rendem a tal pressão; dificilmente se poderia imaginá-los mais felizes agora do que quando se envolviam em relações pré virtuais».

2- «Quando se é traído pela qualidade, tende-se a procurar a desforra na quantidade. Se os compromissos são irrelevantes quando as relações deixam de ser honestas e parece improvável que se sustentem, as pessoas tendem a substituir as parcerias pelas redes.»

3- «A desagradável incerteza e a irritante confusão, supostamente escorraçadas pela velocidade, recusam-se a sair de cena.»

4- «A facilidade do desengajamento e do rompimento (a qualquer hora) não reduz os riscos, apenas os distribui de modo diferente, juntamente com as ansiedades que provocam.»


BAUMAN, Zygmunt (2006), Amor Líquido. Lisboa: Relógio D'Água Editores.


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In every way

sexta-feira, novembro 05, 2010

Inspirador


Há muito tempo que não via um homem tão bonito. Na próxima oportunidade, não me escapa...

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quarta-feira, novembro 03, 2010

Wishlist (4)

Nunca são de mais. E este cheira-me a boas memórias. Uma fragância de uma noite quente de Setembro. Quero, quero, quero!


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