Poison Princes
É uma tipologia demasiado entranhada em mim para que passe impune no meu discurso.
No fundo, sou uma romântica inveterada e não me cansarei de esperar o príncipe encantado, se é que já não o encontrei e não me desencontrei dele nesta vida. Enquanto espero crio defesas contra o veneno e as emboscadas dos falsos príncipes.
Quem são e o que são os poison princes?
Antes de mais, homens à deriva emocionalmente ou inutilmente presos ao passado. Objectivo: facturar para não lembrar ou para tentar esquecer. Estratégia errada com consequências nefastas, desde logo porque a facturação do poison prince assenta num esquema encoberto onde o bandidismo se esconde por detrás de uma bela fatiota, caracterização e brilhantismo teatral e, portanto, não tarda, a máscara acaba por cair. O poison prince é também um lobinho com pele de cordeiro. É, provavelmente, a figura masculina mais temível, cujas acções e marcas são indeléveis e profundas. São peritos na arte de estender o tapete vermelho e também, posteriormente, na arte de arrancar o mesmo tapete de forma tão vigorosa que proporcionam uma queda espectacularmente aparatosa. E fazem-no através da cobardia do silêncio e da crueldade da indiferença.
«Deixa estar que eu levanto-me sozinha. O que não nos mata, torna-nos mais fortes.»